quarta-feira, 28 de novembro de 2012

GLOBO TEATRO - 27/11/2012

Liink para a fonte: http://www.globoteatro.com.br/reportagem-1386-lazaro-ramos.htm


Reportagem


Flávio Bauraqui e Aldri Anunciação em / Créditos: Divulgação
27/11/2012 - Atualizado em 27/11/2012

Lázaro Ramos

Ator fala do festival Nova Dramaturgia da Melanina Acentuada

Dirigido por Lázaro Ramos e protagonizado por Flávio Bauraqui e Aldri Anunciação,“Namíbia, Não!” chega a São Paulo esta semana depois de passar pelo Rio de Janeiro e Salvador. A longa temporada paulista – que se encerra apenas em fevereiro de 2013 – terá uma diferença fundamental em relação às anteriores: ela será sucedida por apresentações de peças que abordam questões referentes à cultura negra, que ilustrarão debates programados para os próximos meses.

Trata-se do projeto Nova Dramaturgia da Melanina Acentuada, que tem como objetivo não apenas provocar a reflexão sobre a presença do negro na produção teatral, mas também apresentar autores afro-descendentes pouco conhecidos no eixo Rio-São Paulo. 

“Poucos são os nomes atualmente conhecidos de dramaturgos de ‘melanina acentuada’ e o projeto tem o foco no material dramático desses novos autores negros, explicitando seus temas e questões humanas e sociais, que revelam características da grande maioria dos cidadãos brasileiros”, explica Aldri Anunciação, autor de “Namíbia, Não!” e organizador do projeto.

Embora “Namíbia, Não!” narre a inquietação de dois personagens diante da fictícia decisão do governo brasileiro de mandar negros de volta a países africanos, nem todas têm o preconceito racial como tema. O infantil “As Paparutas”, escrito por Lázaro, faz referência a uma festa tradicional realizada na Ilha do Paty, em São Francisco do Conde (BA), município com a maior população negra no Brasil. “Dou o meu depoimento e a minha contribuição à dramaturgia de autoria negra no Brasil no texto de ‘As Paparutas’, assim como no meu livro infantil ‘A Velha Sentada’”, diz o ator. 

Outro destaque é o Coletivo Negro, formado por atores negros oriundos da Escola Livre de Teatro de Santo André e da Escola de Arte Dramática da USP, que apresenta “Movimento nº 1: O Silêncio de Depois”, história de quatro pessoas que têm suas casas desapropriadas para a construção de uma linha férrea. Até o final de março, também serão encenados no Teatro de Arena Eugênio Kusnet os espetáculos “O Subterrâneo Jogo do Espírito”, “Seu Bomfim”, “Casa Número Nada”, “Sebastião”, “Réquiem por um Sorriso ou sobre os Palhaços na Varanda” e “Siré Obá – A Festa do Rei”. 

O projeto promove ainda um ciclo de leituras de textos inéditos de novos autores afro-descendentes, bem como uma homenagem a Ubirajara Fidalgo, considerado o primeiro dramaturgo negro da história brasileira. A programação completa pode ser consultada na páginawww.melaninaacentuada.com.br.

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